quinta-feira, 7 de outubro de 2010

INSTITUTOS DE PESQUISAS NÃO DEVERIAM ATUAR NAS ELEIÇÕES PARA EVITAR INDUZIR AO VOTO ÚTIL

Por Luiz Carlos Nogueira

nogueirablog@gmail.com

Os Institutos de Pesquisas deveriam ser proibidos de atuarem nas eleições em todos os níveis, divulgando resultados para o público/eleitor. Deveriam restringir-se, quando contratados, a efetuar pesquisas apenas para os partidos políticos (reservadas só a eles e seus candidatos), para que estes se situem dentro das suas aspirações e das de seus candidatos.

Apontar tendências ou capacidade de obtenção de votos, conduz o eleitor sem cultura a escolher esse ou aquele candidato apenas pela expectativa de que seu voto seja aproveitado, isto é, como é chamado — voto útil, ou que também poder ser chamado de voto tático ou voto estratégico. O voto útil é quando os eleitores, principalmente os menos compromissados com a política, decidem seu voto em favor do candidato que estiver à frente nas pesquisas eleitorais. Isto se dá pelo fato de os eleitores entenderem que se o candidato X está com muitas condições de alcançar a vitória, não vale a pena desperdiçar seu voto com um possível perdedor. Baseia-se em um significativo grau de racionalidade dos eleitores, que pode ser estimulada via pesquisas eleitorais, que mostram o desenvolvimento dos candidatos durante as campanhas eleitorais. A possibilidade dos eleitores preferirem voto útil, migrando sua opção de voto de candidatos fracos para candidatos favoritos, é chamada de efeito psicológico. (C.f. site: Política para políticos/glossário: http://www.politicaparapoliticos.com.br/glossario.php?id_glossario=76)

Ora num regime efetivamente democrático sério, honesto e ético, isso não deve acontecer. Não se pode confundir democracia com esculhambação democrática sem respeitar limites. Quem por acaso já viu uma pesquisa comercial para a instalação de determinada atividade ser divulgada aos quatro ventos? Tais pesquisas ficam reservadas ao empresário e não aos seus concorrentes. De forma contrária, na política o que se pretende com isso é provocar o voto útil, bem como atrair interesses dos financiadores de campanhas, muitas vezes em detrimento de candidatos sérios — fichas-limpas. Esse é o meu ponto de vista.

Na verdade tais pesquisas acabam funcionando como propaganda tendenciosa do candidato mais forte. E o que se observa nas campanhas políticas, são as publicidades e as propagandas que adotam uma espécie de “puffing” nas embalagens dos seus candidatos fichas-sujas, como fossem detentores de uma santidade imaculada, convertendo-os em expertises (sem ser) em administração e em políticas públicas para iludir o eleitor incauto. E é comum verificar que as propagandas dos marqueteiros usam as pesquisas para dizer que os candidatos para os quais trabalham, são os melhores porque a preferência popular assim indica.

Matéria relacionada: http://politicospartidoseideologia.blogspot.com/2010/07/responsabilidade-civil-dos-partidos.html

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