quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

CARTA AO POVO BRASILEIRO



O que é que dá para pensar honestamente sobre quem escreve um coisa e faz outra? A reflexão é por sua conta.


“Carta ao povo brasileiro”:

– O Brasil quer mudar. Mudar para crescer, incluir, pacificar. Nosso povo constata com pesar e indignação que a corrupção continua alta e, principalmente, a crise social e a insegurança tornaram-se assustadoras. O país não pode insistir nesse caminho. O povo brasileiro quer mudar para valer. Quer trilhar o caminho da reforma tributária, que desonere a produção. Da reforma agrária que assegure a paz no campo. Da redução de nossas carências energéticas e de nosso deficit habitacional. Da reforma previdenciária. O novo modelo não poderá ser produto de decisões unilaterais do governo. Acredito que o atual governo colocou o país novamente em um impasse. A estabilidade, o controle das contas públicas e da inflação são hoje um patrimônio de todos os brasileiros. Não são um bem exclusivo do atual governo. Vamos ordenar as contas públicas e mantê-las sob controle.

Luiz Inácio Lula da Silva, 22 de junho de 2002.


Nota: Esta publicação está na Coluna da Ruth de Aquino – Revista Época, que pode ser acessada através deste link:http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ruth-de-aquino/noticia/2014/06/viva-o-bpovo-brasileirob.html

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

DEMOCRACIA À BRASILEIRA – UMA “ESCULHAMBOCRACIA”









Luiz Carlos Nogueira







Inicialmente colhemos na Wikipédia, a definição de Democracia (A democracia adotada em nosso País é a representativa): “Democracia é um regime político em que todos os cidadãos elegíveis participam igualmente — diretamente ou através de representantes eleitos — na proposta, no desenvolvimento e na criação de leis, exercendo o poder da governação através do sufrágio universal. Ela abrange as condições sociais, econômicas e culturais que permitem o exercício livre e igual da autodeterminação política. O termo origina-se do grego antigo δημοκρατία (dēmokratía ou "governo do povo"),1 que foi criado a partir δῆμος (demos ou "povo") e κράτος (kratos ou "poder") no século V a.C.”[...]

A democracia direta, no sentido mesmo da palavra, implica necessariamente que o indivíduo possa participar, ele mesmo, nas criações das leis que lhes digam respeito, nesse caso — não pode haver intermediários (representantes eleitos), mas, no entanto, a democracia direta é impraticável, porque se torna materialmente impossível que todos decidam sobre tudo, considerando a complexidade do mundo moderno a exigir pleno domínio do conhecimento de tudo (politização e educação integral do Homem), para poder formalizar leis adequadas, exequíveis e praticáveis.

Jean-Jacques Rousseau, ao contrário afirmava que “a soberania não pode ser representada [...] o povo inglês acredita ser livre mas se engana redondamente; só o é durante a eleição dos membros do parlamento; uma vez eleitos estes, ele volta a ser escravo, não é mais nada” (1) . Dizia ele, ainda, que “uma verdadeira democracia jamais existiu nem existirá”. Não há como (segundo se interpreta de Rousseau) eliminar o luxo e a cupidez humanas, se sorte que se “corrompe ao mesmo tempo o rico e o pobre, o primeiro com a posse e o segundo com a cupidez” (2)

Estamos assim, numa via de mão dupla. Primeiro, na democracia representativa as deliberações que são de interesse da coletividade inteira, não são tomadas diretamente pelos cidadãos, mas pelos que foram eleitos para cumprirem essa finalidade. E aí está o “nó górdio”, pois os representantes depois de eleitos tem o múnus de legislar considerando os interesses gerais, porém não são responsáveis diretamente perante os seus eleitores que não têm como revogar seus mandatos, já que segundo Max Weber: “Há duas maneiras de fazer política (3). Ou se vive ‘para’ a política ou se vive ‘da’ política” . Assim tornam-se políticos de profissão, portanto, inclinados a se constituírem numa categoria à parte, não imunes às ofertas de quem está no poder, fazendo suas vontades, vislumbrando as benesses e propinas, para se manterem igualmente no poder ao lado do mais forte.

Segundo, na Democracia Direta ou Participativa de tônica Rousseauniana, é impossível o Estado governar ininterruptamente mediante a convocação do povo. Estamos assistindo os debates atualmente, na tentativa desesperada do governo se manter no poder, como um montador de cavalo chucro que procura se manter no seu lombo, pela imposição do famigerado Decreto nº 8.243, da Presidência da República, editado em 23/05/14 e interpretado num editorial do Estadão de “um conjunto de barbaridades jurídicas”, além de ter sido considerado pelo Jornalista Reinaldo Azevedo como “a instalação da ditadura petista por decreto”.

A gênese desse decreto certamente foi o medo lulla-dilmesco que havia do PT ser derrotado nas eleições em 2014, porque se isso ocorresse, seria por meio desse instrumento que esse Partido haveria de garantir a permanência dentro das estruturas do Estado, inserindo-se nas organizações e movimentos sociais a ele atrelados, consolidando dessa maneira, o domínio socialista frutificado ao longo de uma trajetória.

Sim, porque o PT desde que galgou o poder, procurou ampliá-lo com a criação e o fortalecimento de seus aparelhos de conquista e manutenção da hegemonia social, quais sejam: as ONGs, os movimentos sociais e todas as formas coletivas que viessem ser formadas, e que agora o malfadado decreto permite legiferar, sem o devido preparo (intelectual, político, sociológico e espiritual), sujeitando-se ao dirigismo

É como disse Saulo de Tarso Manriquez em sua matéria publicada no Blog Ordem de Liberdade (link acessado dia 26/11/2014, às 15h 11m de MS - http://ordemeliberdadebrasil.blogspot.com.br/2014/08/reflexoes-sobre-o-decreto-82432014.html), que haverá por conta desse decreto: “a corrosão da democracia representativa e o enfraquecimento do Congresso. O Decreto nº 8.243 tende, reitere-se, a forjar uma identificação entre a sociedade civil e os movimentos sociais, coletivos e ONGs. O corolário dessa identificação artificial será a ressignificação das noções de representação política e de legitimidade democrática. Quando os movimentos sociais, os coletivos e as ONGs participarem das decisões do governo federal, propalar-se-á a ficção de que quem está participando é a própria sociedade civil. E mais: sugerir-se-á que a sociedade fora representada.

O Decreto nº 8.243 prepara o terreno para o fim da legitimação democrática delineada na Constituição de 1988, a qual só se dá pelas vias eleitorais que definem os representantes e pelas vias plebiscitária e referendária (acessórias e sujeitas a uma série de limitações constitucionais) nas quais toda a população de um município, de um Estado-membro ou de toda a nação, é chamada a se manifestar sobre algum assunto. A representação e a legitimidade democrática serão divididas entre os movimentos sociais, os coletivos, as ONGs e o Congresso.”

Na verdade o Decreto em questão, se não for derrubado, transformará o nosso regime político numa verdadeira “ESCULHAMBOCRACIA” que é muito própria dos regimes comunistas.


O DECRETO 8.243/2014 É INCONSTITUCIONAL E AMEAÇA DEMOCRACIA - IVES GANDRA MARTINS



Rousseau,Jean-Jacques. Contratto sociale, III, 15 (Ed.bras.). Do Contrato Social ou Princípios do Direito Político. Tradução de Lourdes Santos Machado. São Paulo. Abril, “Os Pensadores”, 1973. Trad. Bras, São Paulo, Abril, “Os Pensadores”.)
2 Ibid.
3 Weber, Max, “Ciência Política: Duas Vocações” (pág.64), Editora Cultrix, SP: 2004

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

O Separatismo PeTista - Por João Bosco Leal (*)

  • 31 de outubro de 2014 
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Mapa das Eleições 2014Após o segundo turno das eleições, proliferou nas redes sociais uma quantidade incontável de mensagens daqueles que foram voto vencido – entre os quais me incluo – sobre a necessidade de separar o Brasil.
Sempre que ocorre uma situação como esta, em que os votos dos nordestinos e nortistas são considerados os responsáveis pela decisão, os fiéis da balança, essa possibilidade volta a ser levantada.
Entretanto, desta vez eles não foram, sozinhos, os responsáveis. O candidato Aécio Neves perdeu em estados importantes em quantidade de eleitores, como em seu próprio estado, Minas Gerais e no Rio de Janeiro.
Porém, o que causou a irritação dos eleitores de Aécio, foi que a soma dos votos da região Norte e Nordeste – onde Dilma ganhou com uma média de 70% dos votos -, é de 35% dos eleitores brasileiros, muito superior à soma dos eleitores das regiões Sul e Centro Oeste que é de 21% e onde Aécio venceu, mas com uma média de 57% dos votos e, todos sabem, o Norte e o Nordeste são as regiões onde mais cidadãos são beneficiados com os programas assistenciais do Governo Federal.
Durante sua campanha irresponsável, Dilma Rousseff espalhou pelo Brasil a notícia de que se eleito fosse, Aécio acabaria com os programas sociais “Bolsa Família” e “Minha Casa, Minha Vida” e que os“sulistas” estavam chamando os nortistas e nordestinos de dependentes das “esmolas” do governo e que eram “burros” por terem votado nela no primeiro turno. Ludibriados pelas mentiras da campanha petista – e amedrontados por serem muito dependentes desses programas -, eles votaram ainda mais em Dilma no segundo turno.
Mas de um partido em que a maioria de suas lideranças foi julgada e condenada por “corrupção” e“formação de quadrilha”, não podíamos esperar nada melhor que isso e agora, seus principais líderes, que sempre dizem “nada saber” sobre o ocorrido em seus próprios governos, incitam o ódio entre brasileiros, arriscando provocar uma situação que levará décadas para ser corrigida, esquecida.
Entretanto, pior seria que nós, das outras regiões do país, entrássemos também no jogo sujo e irresponsável desses “bandidos” que, para vencer uma eleição arriscam, inclusive, promover uma cisão entre o povo brasileiro.
Na realidade, a irresponsabilidade deste partido é tão grande que, mesmo após 12 anos no poder e tanta roubalheira já comprovada, não permitiu que nossos irmãos nortistas e nordestinos tivessem acesso à educação, à informação, à saúde e ao emprego. Ao invés disso, preferiram dar-lhes “Bolsas” e “Vales”,submetendo-os às “esmolas” do Estado.
É contra isso que precisamos lutar, pois enquanto nossos irmãos forem dependentes, e sem acesso à informação, continuarão votando em seus “líderes” José Sarney, Renan Calheiros, Fernando Collor, Severino Cavalcanti, Jader Barbalho, Edson Lobão e todos os outros “coronéis” nortistas e nordestinos que nunca lutarão por eles, mas sim por interesses próprios.
Ao invés de dividir o país, devemos uni-lo em torno de uma única causa: Fazer com que os hoje dependentes dos projetos sociais, troquem essa dependência por bons empregos, escolas e atendimento médico decente.
Os patriotas jamais pensarão em dividir o país, mas sim em exigir igualdade de oportunidades.
(*) João Bosco Leal - jornalista, reg. MTE nº 1019/MS, escritor, articulista político, produtor rural e palestrante sobre assuntos ligados ao agronegócio e conflitos agrários.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

As eleições compradas - Por João Bosco Leal (*)

  • 24 de outubro de 2014 
As eleições compradas
Atualmente, o maior problema do Brasil é a corrupção. Não que ela não existisse, mas nos governos do PT ela se institucionalizou. Diariamente assistimos a divulgação de uma avalanche de denúncias de roubalheiras, superfaturamentos e verdadeiros assaltos aos cofres públicos, promovidos pela quadrilha que hoje governa o país, que instalou “companheiros”em todas as maiores empresas estatais.
No governo anterior, do mesmo PT, ocorreu a filmagem de uma entrega de dinheiro da corrupção nos Correios e, puxado o fio da meada, deu no chamado Mensalão do PT, provado, comprovado, com alguns de seus participantes julgados e condenados, mas, como de costume, de existência até hoje negada pelos líderes maiores do que hoje bem mais se parece com uma enorme quadrilha, do que com um partido político. Que inicialmente se dizia protetor da classe operária.
Gente que participou do PT desde sua fundação, agora foi condenada e presa, mas mesmo assim foram tidos como heróis pela grande maioria dos outros membros do partido que, além de não expulsá-los de seus quadros, ainda arrecadaram dinheiro para pagar as quantias a que foram condenados a indenizar o Estado.
O país sofre em todas as frentes, como na falta de estrutura rodoviária, ferroviária e fluvial para o escoamento da produção, na falta de escolas e professores, de hospitais e pronto-socorros, além de tantas outras carências sistematicamente reclamadas e divulgadas por todo o país.
Entretanto, ao invés de corrigirmos as nossas deficiências, os governos do PT preferem construir refinarias de petróleo superfaturadas por solicitação do “companheiro” Hugo Chávez, portos, aeroportos e hotéis em Cuba, a pedido dos “companheiros” Castro, entregar as refinarias de petróleo da Petrobrás na Bolívia para o “companheiro” Evo Morales e assim por diante.
Tudo isso por um projeto de poder traçado por todos eles em 1990, no Foro de São Paulo, que pretende socializar toda a América Latina. O mesmo projeto, claro, pretende perpetualizar no poder os seus líderes, como já fazem os irmãos Castro em Cuba , Evo Morales, que acaba de ser reeleito na Bolívia pela terceira vez consecutiva, pretendia fazer Hugo Chávez na Venezuela, e é o sonho de Lula e do PT.
No Brasil, para se atingir essa perpetualização os governos do PT estão está criando, entre os mais necessitados, gerações de viciados em esmolas do Estado, como o programa “Bolsa Família”, sem dar-lhes o menor estímulo de evoluir em direção ao mercado de trabalho.
Há mais de cinquenta anos Luiz Gonzaga, o grande cantor e compositor, afirmou: ”Seu doutô, o nordestino tem muita gratidão pela ajuda dos sulistas nessa sêca do sertão, mas doutô, uma esmola a um homem são ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”.
Ronald Reagan disse: “Devemos medir o sucesso dos programas sociais pelo número de pessoas que deixa de recebê-lo e não pelo número de pessoas que neles são adicionadas”; e também: “O melhor programa social é um emprego”.
Para o PT, pelo contrário, o mais importante é aumentar cada vez mais os dependentes do Estado, pois isso facilita sua permanência no poder. Se não contasse com os beneficiários do Bolsa Família, das ONG’S e dos Movimentos Sociais, Dilma já teria perdido as eleições no primeiro turno.
A população precisa entender que votar em troca de algo é vender, além de seu voto, sua dignidade, seus sonhos, projetos e perspectivas de futuro.
(*) João Bosco Leal - jornalista, reg. MTE nº 1019/MS, escritor, articulista político, produtor rural e palestrante sobre assuntos ligados ao agronegócio e conflitos agrários.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Foro de São Paulo, pacto para implementação do comunismo na América Latina - Por Ricardo Puentes Melo (Mídia Sem Máscara)

Os membros do Foro de São Paulo recebem ordens do regime dos Castro



São várias as táticas do Foro de São Paulo para submeter toda a América Latina aos caprichos de uma elite política comunista afeita ao terrorismo, ao narcotráfico, ao criminoso revisionismo histórico e jurídico, e a farsas como o indigenismo, a “teologia” da “libertação”, o ambientalismo e as teses racistas do “movimento negro”.
Eu não tenho nenhuma dúvida. O que acontece na Venezuela hoje, e o que está acontecendo na Colômbia, tem um selo inconfundível: Foro de São Paulo. Muitos ouviram falar desta organização, mas poucos sabem acerca de sua real periculosidade.
O Foro de São Paulo foi criado em 1990 por Fidel Castro, com o propósito de ser um aparato unificador do comunismo em toda a América Latina. Sua intenção foi dar um novo alento ao regime comunista de Cuba após a queda do muro de Berlim e a descida em picada da União Soviética. A idéia, em 1990, era tomar inicialmente o controle de dois países poderosos da América Latina: Brasil e Venezuela, para desde lá financiar a rendição do resto da América Latina aos pés do castro-comunismo.
Sendo o Foro de São Paulo uma organização decisiva, necessita dentro de cada país do apoio resoluto de organizações não-governamentais que são as que oferecem o músculo político e que, por sua vez, são apoiadas por organizações internacionais com aparência de legalidade. São milhares e milhares destas organizações com os mais variados fins em sua superfície: feministas, ambientalistas, coletivos de advogados, defensores de Direitos Humanos, homossexuais, indigenistas, ativistas de todo tipo. Junto a estas ONG’s, estão os meios de comunicação que se mobilizam em massa para defender os interesses destas organizações e, portanto, do Foro de São Paulo.
Tudo isto consegue importante apoio popular, uma vez que o castro-comunismo tem um controle muito mais importante que todos os mencionados, um controle cuja existência poucos reconhecem: a ideologia. O castro-comunismo encontra-se por toda nossa América Latina, infiltrado em universidades, colégios, grêmios de artistas e intelectuais, academias. Dali controlaram a ideologia que guia todos os seus fins perversos, implantam as premissas filosóficas do indigenismo, da etnicidade, com a idéia torcida de que o homem é definido por sua raça, por sua linha sangüínea, em vez de sê-lo pela capacidade de raciocinar. A etnicidade e o indigenismo foram utilizados para fragmentar as nações onde quer que tenham a má sorte de ter membros do Foro de São Paulo, quer dizer, toda a América Latina.
A Colômbia, por exemplo, baseou sua Constituição de 1991 (idealizada e realizada pelo terrorismo do M-19 dirigida pela mão de Castro) nestas premissas excludentes, com o fim de criar zonas, regiões onde o comunismo possa atuar livremente, burlando a soberania das nações. Dali saem as Zonas de Reserva Camponesas e os territórios autônomos das negritudes [1]. A ideologia castrista é a confluência da esquerda e dos grupos terroristas de toda Ibero-América. Essa ideologia é uma mistura de indigenismo, teologia da libertação e ambientalismo. Porém, todos têm em comum a defesa da Cuba castrista.
Os membros do Foro de São Paulo recebem ordem de realizar manifestações, marchas patrióticas [2], exercer pressão política internacional e enviar ajuda financeira ao regime dos Castro. Os que chegam a aceder a órgãos de poder em seus respectivos países, também cumprem com esta religiosa obrigação. O financiamento do Foro de São Paulo, para o caso da Colômbia, vem do narcotráfico. Aí temos o cartel das FARC. Vejamos como começou a suceder isto.
Quando desmoronou-se a União Soviética e acabou-se o financiamento da Internacional Socialista, os funcionários cubanos de Castro advertiram aos membros do Foro de São Paulo que deviam adotar “o modelo do M-19”. Quer dizer, assegurar sua auto-gestão por meio do narcotráfico. Daí o afã de legalizar as drogas, daí o afã de legalizar os narcotraficantes das FARC, daí o afã em destruir o Exército e beneficiar as zonas de reserva camponesa, corredores de mobilidade e narcotráfico destes bandidos. Sabendo que o Partido Comunista Cubano impulsionou a fundação do Foro de São Paulo, depois que o comunismo soviético se desintegrou, os grupelhos e ONG comunistas viram perigar sua sobrevivência financeira. Em 1990 o Partido dos Trabalhadores (PT) do Brasil faz a Primeira Conferência, e ali participaram 40 organizações e partidos de 13 países da Ibero-América e do Caribe. Seu fim: discutir como revisar a estratégica comunista revolucionária em meio à crise do socialismo em todo o mundo. Hoje também utilizam a mineração ilegal, com lucros astronômicos, para financiar o terrorismo e a ideologia nos países da Ibero-América.
A princípio o Foro de São Paulo era algo assim como uma Frente Patriótica encarregada de propor ações. Porém, em pouco tempo Castro consolidou o Foro como uma estrutura de comando bem centralizada, encabeçada pelos mais perigosos grupos terroristas da América Latina, com o propósito de reconstruir a caduca Internacional Socialista neste hemisfério, sob a direção de Cuba. E isto não digo eu, foi estabelecido no Congresso Intercontinental em janeiro de 1996. Antes, em 1991, se elaboraram os estatutos e elegeram-se os diretores. Vejam bem: Partido Comunista de Cuba, Partidos dos Trabalhadores (Brasil), Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (El Salvador), Movimento Bolívia Livre, Partido da Revolução Democrática do México, os Tupamaros do Uruguai. Em 1992 entraram nas direções a União Revolucionária Nacional Guatemalteca, um grupo de terroristas que seguem as idéias do Sendero Luminoso.
Já em 1995 somaram-se à direção do Foro os grupos narcoterroristas da Colômbia: FARC, ELN e M-19, (aparentemente desmobilizado), o Partido Laborista de Dominica, o Partido Revolucionário Democrático do Panamá e outros [3].
A agenda comum do terrorista Foro de São Paulo
O Foro de São Paulo tem uma agenda comum para a tomada do poder. Uma agenda que Luiz Inácio Lula da Silva, tão admirado por Henrique Capriles, ajudou a desenhar. A agenda consiste em: trabalhar pela Soberania Limitada. Em dezembro de 1992, Human Rights Watch revelou um projeto que vinham trabalhando. Chamava-se “Redefinindo a soberania”, que diz que a soberania “não deve ser um escudo atrás do qual os governos ou grupos armados possam se esconder”. Esse projeto argumenta que a soberania deve tomar o assento de trás na “ação hemisférica coletiva, no monitoramento das eleições, na resolução de conflitos, na supervisão de diálogos e acordos de paz, e na defesa dos direitos humanos”, mediante a supervisão e controle da OEA, da ONU, da Cruz Vermelha, Human Rights Watch, ou qualquer outra organização supra-nacional.
O projeto de 1992, que já está em curso, diz que “as nações do hemisfério devem promover ativamente a solução negociada dos conflitos guerrilheiros que ainda existem na América Latina”. Quer dizer, promove-se diálogos e acordos para suscitar a impunidade dos terroristas e os mecanismos para permitir o acesso ao poder com os terroristas, aliados e membros do Foro de São Paulo.
O modelo para conseguir isto, disseram em 1993, é o impulso de “Diálogos de paz” mediante o qual conseguem-se enormes vitórias políticas, não conseguidas no campo da batalha armada, e o desmantelamento oculto do Exército. Assim fizeram nas “negociações de paz” de El Salvador, onde as Nações Unidas serviram de intermediárias para a tomada do poder por parte dos narcoterroristas da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN).
Isto vai acompanhado, obviamente, de outras táticas: o exercício de uma “Comissão da Verdade” que publique mentiras como se fossem verdades oficiais. Aqui (na Colômbia) o M-19 pediu uma Comissão da Verdade que teve muito êxito, tanto que os terroristas andam soltos, impunes, exercendo cargos públicos e fazendo política, enquanto os militares que nos salvaram desta atrocidade estão presos, condenados pelo resto da vida às masmorras. E já vimos na Colômbia o informe da Comissão da Memória Histórica [4], dirigida por Gonzalo Sánchez.
Desmilitarização
O FSP diz que as nações da Ibero-América devem “redefinir a missão” de suas Forças Armadas e reduzir violentamente os orçamentos militares. Isto, ao tempo em que deve-se re-educar os militares, introduzindo-os à ideologia marxista. Por isto é que vemos personagens como Alejo Vargas, Gonzalo Sánchez, León Valencia e outros da mesma espécie, dando aulas aos oficiais de nossas Forças Militares. Carlos Gaviria, Venus Albeiro Silva e Jorge Robledo, do Polo Democrático, são membros do Foro de São Paulo, como Piedad Córdoba, do Partido Liberal e Marcha Patriótica, grupo político das FARC, também do FSP. O Foro de São Paulo disse em 1993, na declaração final de seu IV Encontro em Havana: “As Forças Armadas constituem uma das ameaças mais sérias à construção da democracia política na América Latina”. Tomas Borge, sandinista e membro do FSP disse que “os exércitos servem para dar golpes de Estado e para reprimir o povo (…) São um câncer em nossos países (…) não há razão para que continuem existindo”. Lula da Silva, admirado profundamente por Capriles, disse em 1994: “Creio que já temos forças armadas suficientes no mundo (…) Temos que diminuir o aparato militar”.
Legalização das drogas
O FSP diz que a guerra contra as drogas é um fracasso absoluto e que “devido a que os narcóticos são um problema tão formidável, deve-se examinar um grau amplo de alternativas, inclusive a legalização seletiva”. Já desde 1995 Evo Morales, nessa ocasião chefe da CAPHC, disse que aqueles que lutam contra o narco-tráfico têm uma “mentalidade hitleriana”, e que “defender a coca é defender a dignidade da soberania nacional”. Rigoberta Menchú, a estrela reluzente do comunismo indigenista, pediu então a Evo que lhe preparasse um documento que ela apresentaria ante a ONU para demonstrar que a coca é “um recurso natural e cultural dos povos andinos”, e para exigir “uma ação urgente da ONU para defender seu cultivo e consumo”. Façam-me o favor!
Política econômica
O FSP defende os acordos de livre comércio, os TLC, sem restrições de nenhuma ordem. Por que? Porque eles restringem a soberania nacional. A intenção oculta destes TLC indiscriminados é limitar a eleição soberana das nações contratantes a fim de alcançar benefícios estabelecidos de comum acordo. Quer dizer, o comunismo castrista ataca no papel o livre comércio do neo-liberalismo, porém compartilha totalmente seu enfoque. Apóiam o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a entrega da soberania a organizações internacionais de política econômica. Lula da Silva, admirado por Capriles, disse que “deve-se apoiar isto porque é socialismo prático, para se adaptar à realidade mundial”. Navarro Wolf, do M-19, diz que “louvo o Fundo Monetário Internacional por ter posto disciplina no manejo monetário, e isso ajuda na integração”. “Eu diria – disse Navarro – que essa é a parte positiva do neoliberalismo que forçou os empresários a ser mais responsáveis”.
Apoio ao regime de Castro
Embora pareça estranho a vocês, há funcionários norte-americanos afeitos aos Castro. Fazem lobby para adiantar negociações nos bastidores com o regime dos Castro com a finalidade de normalizar as relações com os Estados Unidos. O argumento com o qual baseiam tais pretensões, é que“o regime de Castro já não é uma ameaça de segurança convencional e ideológica para nenhum país vizinho, e certamente não para os Estados Unidos”.“Além disso – diz o informe de 1995 – Cuba reduziu sua interferência nos assuntos de outras nações”. Isso disseram em 1995. Perguntem hoje à Venezuela, perguntem à Colômbia!
Dizem os propagandistas do FSP que os candidatos de esquerda “não procuram usar a democracia como uma via para o socialismo”. Perguntem à Venezuela… Perguntem à Colômbia! Dizem também que – e isto Jorge Dominguez, membro do Grupo Especial de assuntos com Cuba, disse em 1993: “Qualquer dúvida que alguém possa ter sobre qualquer dos candidatos (da esquerda do FSP) é pueril, eles não estão fazendo agora o que faziam antes. Navarro Wolf não está disparando em mais ninguém, não está colocando bombas por aí. O mesmo se aplica a uma variedade de outros grupos que deixaram a violência…”. Isso Dominguez disse em 1993… e isso mesmo dizem hoje os terroristas disfarçados com terno e gravata.
Os guerrilheiros de hoje são camponeses, políticos e intelectuais de dia, enquanto que na escuridão seguem ameaçando a democracia da Colômbia, planejando atentados, traficando com coltán ou com coca, ordenando assassinatos seletivos, planejando emboscadas, atentando contra opositores ao regime de seus afetos. E fazem tudo cobertos com o guarda-chuva da legalidade.
Então, queridos amigos, a ameaça que se encerra sobre as nações da América Latina, já majoritariamente conquistados pela supranacional narcoterrorista chamada Foro de São Paulo, é algo palpável e espantoso. Já nos tiraram o mar territorial, vão pelo arquipélago de San Andrés, pelo Urabá, pela Guajira e pelo Catatumbo, todas regiões vitais para seu projeto expansionista e criminal.
Já caiu a Venezuela. A Colômbia se mantém de pé, apesar do camarada Santos, cognome “Santiago”. Porém, não por muito tempo. Outras novas anistias e indultos já estão às portas do forno para os piores criminosos da Colômbia, para os mais apátridas e sanguinários. Já deram aos do M-19 e hoje temos os resultados: perseguição judicial infame contra os melhores combatentes de nossas Forças Militares, solapamento de nossos valores, controle sobre o sistema educacional e judiciário, controle de universidades e colégios, prefeituras, governadores de estado e institutos descentralizados para usar os recursos públicos como caixa menor do terrorismo. Também se converteram em referências morais e ideológicas, e isto aceitamos como se fosse assunto de pouca monta. Já caiu a Venezuela. E o golpe final para a Colômbia culminará em Juan Manuel Santos e seu sinédrio de traidores, com cúpula e tudo, ao entregar nosso amado país nas fauces dos criminosos das FARC que, do mesmo modo que os do M-19, se converterão em nossos congressistas, nossos prefeitos, nossos professores, nossos líderes espirituais, nossos exemplos de virtude, decência e honestidade. Que tragédia…
Notas da tradutora:
[1] Equivalente às nossas “Comunidades Quilombolas”
[2] Aqui temos o “Grito dos Excluídos”
[3] Ver meu artigo: Os Santos e sua militância castro-comunista” (nota do autor).
Tradução: Graça Salgueiro


Publicação do site EPOCH TIMES, acessado às 21h 57m de hoje (dia 27/10/2014), através deste link:

domingo, 12 de outubro de 2014

Limpando a sujeira do país - Por João Bosco Leal (*)

  • 10 de outubro de 2014,
Mapa da Eleição de 14
“Nunca antes na história deste país” a disputa pela eleição para Presidente da República foi tão suja. Denúncias de verdadeiros assaltos às empresas estatais, utilização da máquina pública em benefício próprio, desvio de verbas, surgem em tal quantidade que mal temos tempo de tomar conhecimento de uma, já surge outra.
Assistindo um vídeo onde, em uma reunião do partido, o Deputado Durval Ângelo (PT-MG) diz textualmente: “tem dedo forte dos Petistas nos Correios” , e outro onde um funcionário dos Correios é flagrado distribuindo propaganda eleitoral de Dilma, fica fácil entender porque Aécio Neves, mesmo tendo deixado o governo de Minas Gerais com 82% de aprovação foi menos votado do que Dilma nesse estado.
Os partidos que compõe o grupo de apoio à candidatura de Aécio Neves entraram, também, na Justiça Eleitoral, com denúncia crime contra a EBCT, porque naquele estado os Correios não distribuíram as propagandas dele e de outros candidatos do PSDB.
São tantas as artimanhas sujas utilizadas pelo PT para continuar governando, que só se pode chegar a uma conclusão: Estão todos com muito medo de serem presos, pois não há mais como esconder tantos crimes sem que pessoas sejam responsabilizadas.
A luta pelos votos do segundo turno destas eleições será travada entre o Brasil rico, culto e produtivo, em oposição ao Brasil da pobreza, analfabeto e submisso aos coronéis da política, que se aproveita de sua miséria para submetê-los a uma dependência cada vez maior do Estado através das mais diversos tipos de esmolas, como as “bolsas” ou “vales”.
Esse governo não proporciona e jamais lhes proporcionará educação, pois com ela tomariam conhecimento das realidades e deixariam de votar em troca de pequenas quantias ou “favores”.
Assim, sem cultura, acesso a jornais ou outros meios de informação, essa massa, hoje infelizmente ainda grande parte da população brasileira, continuará dependente dos Lula, Dilma, Sarney, Collor, Lobão, Renan e tantos outros exploradores da miséria nordestina que só nesses estados conseguem os votos necessários para sua permanência no poder.
Isso ficou muito claro no primeiro turno das eleições deste ano, onde Dilma – à exceção de Minas Gerais onde literalmente roubou as eleições com a ajuda dos Correios – só venceu nos estados do Norte e Nordeste.
Enquanto a população das regiões Norte e Nordeste não tiver acesso à educação, teremos diversos embates entre o Brasil produtivo contra o Brasil dependente das esmolas públicas.
Os eleitores precisam perceber isso com clareza e a tempo, para que possamos não só estar vivendo o auge da sujeira, mas sim o início da limpeza desse país.
(*) João Bosco Leal - jornalista, reg. MTE nº 1019/MS, escritor e articulista político.,

Fonte: site do João Bosco Leal, acesso através deste link: http://joaoboscoleal.com.br/2014/10/10/limpando-a-sujeira-do-pais/

sábado, 4 de outubro de 2014

Pontificado do Papa Francisco é um desastre político sem precedentes – Por Marcelo Delfino



Nem entro no mérito de alguns êxitos como a renovação da presença dos párocos e dos vigários no dia a dia das comunidades, a ainda incompleta reforma da Cúria Romana e a punição rigorosa de traidores dos votos, sobretudo de castidade, tendo até um cardeal preso na carceragemvaticana pronto para ser extraditado para a República Dominicana para responder a acusações de pedofilia. Aqui trato apenas da política, que é algo em que os papas podem cometer erros, pois na teologia católica os papas sempre acertam apenas em definições dogmáticas sobre fé e doutrina, sem estarem isentos de erros de gestão pastoral, fazendo com que sucessores possam adotar linhas, estratégias e procedimentos pastorais diferentes.



Ao longo da história, vários papas conseguiram vitórias políticas para a Igreja. Outros cometeram desatinos que provocaram prejuízos registrados nos livros de história. Dos papas mais recentes, o mais bem sucedido foi de longe São João Paulo II, um dos responsáveis pela queda do comunismo no Leste Europeu e também pela perda de influência política daTeologia da Libertação sobre parte do clero, dos religiosos e dos fiéis. Seu sucessor Bento XVIse preocupou apenas em reafirmar a fé católica, conseguindo poucas vitória políticas para a Igreja, ao contrário do que conseguiu nos tempos de cardeal, quando dividiu com São João Paulo II as vitórias contra a Teologia da Libertação.



Fora os êxitos na organização interna da Igreja e na colaboração com os estados nacionais no combate ao crime, sobra pouco de positivo no pontificado do Papa Francisco. Basicamente sobra o sucesso de relações públicas do próprio pontífice, que só tem precedentes no pontificado recente de São João Paulo II, ainda que as diferenças entre os dois sejam flagrantes. Se fosse mais novo, Papa Chico também seria um papa peregrino, batendo recordes de quilometragem aérea em viagens pelo mundo afora e em número de países visitados. O sucesso de relações interpessoais do Papa Chico não é transferido para a Igreja. Politicamente, o pontificado atual é um desastre político sem precedentes. Papa Chico seria um CNBBista, se não fosse argentino. Os liberados adeptos da Teologia da Libertação ficaram mais felizes e serelepes do que nunca. Os aliados da TL (mas não da Igreja) também estão felizes e serelepes. Vários destes foram colocados dentro da Pontifícia Academia de Ciências, como atesta o próprio MST. Essa gente não perde a primeira oportunidade de apunhalar a Igreja pelas costas na primeira oportunidade posterior aos papos furados frente a frente. Católicos tradicionalistas e católicos conservadores são sumariamente reprimidos pelo Papa, praticamente numa vingança pessoal. Para sobreviverem à sanha bergogliana, carismáticostrocam figurinhas com os "pogreçistas".



No futuro, o que ficará do pontificado do Papa Francisco serão as lembranças de um Papa campeão de relações interpessoais e uma igreja mais organizada internamente, mas derrotada politicamente. Resultado direto para a abertura de concessões para quem não dá contrapartida alguma e ainda apunhala pelas costas. Ainda ficará a institucionalização da baderna litúrgica, que atualmente recebe registros em vários blogues.



Fonte: Blogue do Delfino, acessado dia 05/10/2014 às 00:08, através deste link: 









sábado, 27 de setembro de 2014

Eleição presidencial: o Brasil ante o perigo esquerdista e o vácuo político - IPCO


26-9-2014

Eleição presidencial: o Brasil ante o perigo esquerdista e o vácuo político
Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
No próximo dia 5 de outubro o Brasil efetuará a oitava eleição presidencial, após a assim chamada redemocratização. Eleição que, tudo parece indicar, só no segundo turno, a realizar-se três semanas depois, definirá o futuro ocupante do Palácio do Planalto.
Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, com o presente comunicado, não pretende imiscuir-se nas disputas partidárias que, em nosso País, são marcadas, de modo preponderante, por divergências de interesse de personalidades ou de clãs políticos, mais do que por desacordos de elevado nível doutrinário.
Entretanto, a presente eleição presidencial traz em seu bojo questões ideológicas inquietantes, muitas vezes afastadas da atenção do público por debates irrelevantes. Sendo diversas dessas questões de vital importância para a Igreja e para a civilização cristã, é compreensível que suscitem indagações no espírito de muitos católicos, sobretudo quando percebem seus valores ameaçados. Acresce-se a isso que tais questões ideológicas estão muitas vezes impregnadas do pensamento doutrinário, da atuação política e da agitação social da “esquerda católica”.
Por tais motivos, pareceu conveniente ao Instituto Plinio Corrêa de Oliveira – entidade civil, composta de leigos católicos (1) – apresentar aqui uma série de reflexões destinadas antes de tudo a seus dedicados simpatizantes, mas também aos católicos e aos eleitores em geral. Reflexões que submete igualmente à atenção dos políticos e dos candidatos engajados no atual pleito.

1. Quadro político e eleitoral conturbado
O presente pleito eleitoral insere-se num quadro político bastante instável e confuso.
Um crescente descontentamento com os rumos dados ao País pelo governo da Presidente Dilma Rousseff levaram, nestes últimos meses, a inequívocas manifestações públicas de desagrado em relação ao Partido dos Trabalhadores (PT) e à própria figura da Presidente.
Em junho do ano passado, grandes manifestações realizadas por todo o País tinham feito soar o alarme. Mas o governo preferiu ignorar e até distorcer o sentido profundo das mesmas, ensaiando a convocação de uma Assembleia Constituinte específica que lançasse o País numa obscura reforma política.
Enquanto isso, o Brasil era assombrado por denúncias, cada vez mais arrepiantes, de bilionários esquemas de corrupção, instaurados no coração do Estado e visando a consecução de um projeto de poder, com laivos acentuados de totalitarismo.
Desde então, alastraram-se os fatores de incompreensão e de indignação, nas camadas profundas da população, e foi crescendo o desejo de obter nas eleições o afastamento do PT do poder.
*  *  *
Foi nesse ambiente sócio-político conturbado que se delineou o presente pleito eleitoral. Para ele muitos se voltavam com um misto de esperança e de desconfiança. Esperança de uma real mudança de rumos em relação à marcha desagregadora empreendida pelo governo; e desconfiança de que a presente disputa eleitoral nada mais fosse do que uma repetição de outras eleições, em que os debates sérios a respeito dos rumos do País estiveram ausentes.
A campanha eleitoral dava seus passos iniciais, quando a morte do candidato do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Eduardo Campos, no brutal e ainda não inteiramente esclarecido acidente aéreo que o vitimou, junto com outras seis pessoas, aportou novo fator de conturbação ao quadro político.
As mudanças abruptas na corrida presidencial, em decorrência de tal acidente, só tornaram mais aguda a distorção que atinge habitualmente as disputas eleitorais no País, máxime para o cargo de Supremo Mandatário da Nação.

2. O mundo político erra o alvo de sua pontaria publicitária
Plinio Corrêa de Oliveira, o intrépido líder católico, cujo pensamento e métodos de ação inspiram o Instituto que leva seu nome, sempre alertou – em inúmeras análises da realidade nacional, seja em artigos para a grande imprensa, seja em manifestos ou em livros de ampla divulgação – para o desacerto gravíssimo entre importantes setores do mundo político e a parte mais preponderante e sadia de nossa opinião pública.
Segundo ele, um equívoco, manuseado por políticos verdadeiramente esquerdistas, por certo capitalismo publicitário, por clérigos progressistas e favorecido ainda por hábeis táticas de propaganda, fez crer a muitos dos que atuam em nossa vida pública que a opinião pública brasileira constitui um imenso caudal a caminhar gradualmente para a extrema-esquerda.
Por tal motivo, para a maioria dos políticos a-ideológicos, a corrida para a esquerda tornou-se sinônimo de corrida para uma popularidade triunfal. Imaginam eles que, quanto mais se colorirem de tintas esquerdistas, tanto mais ganharão terreno na simpatia popular.
Movidos por tal ilusão, até mesmo políticos convictamente centristas (ou até um ou outro direitista) relegaram ao abandono todo o potencial político de que disporiam, caso se opusessem com firmeza à esquerdização dissolvente que vai arruinando o País.
Assim, a parte mais substancial do mundo político pôs sua mira na esquerda, errando o alvo de sua pontaria publicitária que deveria estar no centro, de si conservador. Um centro conservador não adepto de um imobilismo total, mas favorável à manutenção de uma determinada ordem de coisas.
Como também observava Plinio Corrêa de Oliveira, na vida humana – considerada no plano individual como no político – nada é absolutamente estável. Tudo o que vive se move, e por isso nesse grande centro conservador se encontram tendências ora para a direita, ora para a esquerda, tendências essas que, entretanto, não cindem tal imenso bloco majoritário e não o deslocam de sua postura fundamentalmente centrista.
Convém ainda precisar que tal fenômeno de conservantismo brasileiro possui notas mais acentuadamente psicológicas do que ideológicas. É generalizada nele a persuasão de que, diante de um mundo cheio de incertezas e de crises, quaisquer solavancos, reformas ou aventuras poderão ser fatais. E todos nele anseiam, ao contrário, por segurança e estabilidade.

3. Grave distorção: candidatos majoritariamente de esquerda
Como fruto desse desacerto fundamental entre o mundo político e a parte preponderante da opinião pública, o País vive, a cada eleição, um angustiante paradoxo: quase todas as candidaturas de peso tendem para a esquerda (mais ou menos radical) e a imensa maioria da população, centrista e conservadora, não encontra representante de projeção que com ela se identifique.
Tal distorção faz com que muitos não encontrem espaço para expressar as reflexões ansiosas de se comunicarem, os ideais, as sugestões políticas, sociais e econômicas que acalentam no fundo da alma. Abafados assim em suas legítimas aspirações, sem candidatos que as vocalizem e compelidos, por outro lado, pela obrigatoriedade do voto, muitos destes nossos compatriotas buscam uma válvula de escape, algum candidato que possa parecer uma contestação a esse sistema. Isso torna a escolha eleitoral um exercício altamente volúvel, imprevisível, marcado pela impulsividade, pelas reações temperamentais, por uma certa torcida, às quais, na maioria das vezes, estão alheios a observação, a reflexão e o planejamento da ação.
Some-se a esse quadro geral, o fator específico da alta dramaticidade da morte do candidato Eduardo Campos e facilmente se entenderá a presente corrida eleitoral. Uma disputa necessariamente conturbada, marcada muito fortemente por uma nota emotiva, por reações impulsivas, em que o debate sério de temas profundos e de programas de governo (2) foi trocado pelos ataques rasteiros, pelas mentiras deslavadas, pelos truques de propaganda (3).

4. A esquerda no poder se isola, diante de um público que caminha do desagrado para o ressentimento
A explanação acima ajuda a entender a encruzilhada política que vive o Brasil a poucos dias do primeiro turno da eleição presidencial.
Nestes últimos doze anos, o Partido dos Trabalhadores (PT) alcançou êxitos eleitorais em boa medida ilusórios. Suas conquistas foram, em ponderável medida, fruto de um eleitorado que acabou por votar na esquerda sem ter uma mentalidade autenticamente progressista ou esquerdista. A isto era ele condicionado por diversos fatores – publicitários, de vantagens e benesses sociais, de pregações religiosas, de calculismo, e até pela ausência de uma mais ampla gama ideológica de candidatos.
Entretanto, os estrategistas da esquerda imaginaram que o êxito de seus jogos publicitários equivalia a um ganho de terreno na opinião pública. Não souberam entender que, ainda que vencido pelo bloqueio de atenção e pela pressão sobre sua capacidade de análise, fruto das mais eficazes técnicas de propaganda, o “homem da rua” não se deixou propriamente convencer. Certa simpatia despreocupada que o levou a votar na esquerda, não era isenta de uma nota de desconfiança.
Dando, pois, aos êxitos eleitorais o alcance que eles não tinham, o PT, apesar de inicialmente ter evitado intervir na economia, se açodou na implementação de sua agenda sócio-política e deu livre curso a seus métodos de ação, tantas vezes autoritários.
Cada dia mais, o PT foi-se mostrando ácido diante das críticas, alimentando o clima odioso do “nós contra eles”. O aparelhamento do Estado; as políticas públicas anti-“discriminatórias”, que deslancharam tensões sociais, antes inexistentes no País; o favorecimento de “movimentos sociais” desrespeitadores da propriedade privada e do Estado de Direito; as propostas de controle da imprensa; o aumento de intervenção estatal na economia; as relações internacionais submissas a interesses ideológicos espúrios; o crescimento abrupto de escândalos de corrupção, etc., tudo isso foi fazendo o Brasil se sentir, pouco a pouco, ludibriado em seus anseios de uma ordem distendida e pacata.
A esquerda no governo foi caindo no isolamento, diante de um público inicialmente desagradado embora silencioso, depois agastado e, por fim, ressentido e furioso.
Seria por demais exaustivo analisar aqui a gênese dos protestos de junho do ano passado, mas é fato que os mesmos acabaram por se transformar em um imenso transbordar deste descontentamento público, para o qual convergiram insatisfações regionais e nacionais, políticas, sociais, econômicas, culturais, o que deu a tais manifestações um aspecto multifacetado.
Encerrado em sua própria utopia, o governo petista tentou ainda escamotear o sentido de tais protestos e radicalizar seu projeto de poder.
Embora as grandes manifestações tenham naturalmente refluído, o descontentamento com o PT e seu modo de governar foi se multiplicando e dando sinais vivos por toda a parte do território nacional e em todos os segmentos da sociedade.
Chegou-se, assim, à presente disputa eleitoral em que, para muitos, o intuito primordial de uma renovação política era afastar, pelo voto, o PT do poder.

5. Projetos políticos semelhantes
Subitamente um evento de notas trágicas convulsionou a atmosfera política.
A forte carga emocional de uma família, jovem e numerosa, dilacerada por um trágico desparecimento, juntamente com pesquisas que apontavam uma disparada acentuada nas intenções de voto em Marina Silva, fizeram entrever, num desses rompantes típicos de nossa agilidade de espírito, que a candidatura desta última poderia ser a “bala de prata no coração do lulopetismo”, para usar a expressão de um matutino paulista (4).
Some-se a isso certa nota messiânica, certo utopismo de quimeras suaves ou brilhantes, envolta em linguagem fantasiosa e sedutora, que cria a impressão, ou a ilusão, da possibilidade de uma outra política, distante dos conchavos pouco coerentes e das iniciativas políticas tantas vezes enlameadas e corruptas do atual panorama, e se compreenderá o atual quadro de preferência de voto (5).
Mas, se bem analisada a situação, o País parece encaminhar-se para uma disputa entre dois projetos políticos esquerdistas (6), não tão diferentes entre si e, mais grave ainda, que radicalizarão os ânimos e criarão inevitavelmente fissuras no corpo social.

6. Decreto dos Conselhos Populares
Essa radicalização virá, antes de tudo, em decorrência do Decreto presidencial 8243, o qual constitui – como o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira teve oportunidade de alertar (7) – um gravíssimo ataque às instituições vigentes, no que pode ser qualificada de uma tentativa de golpe de Estado incruento.
Devido a manobras legislativas, articuladas pelo Governo Federal, a Câmara não conseguiu derrubar tal Decreto, já comparado a um decreto bolivariano ou bolchevique, que torna obsoletas as instituições do Estado de Direito, criando organismos informais através dos quais minorias militantes condicionarão a sociedade e o governo.
Tal decreto será, sem dúvida, uma das chaves do próximo mandato presidencial e as duas candidatas, que ora ocupam a liderança das pesquisas, vêem nele a oportunidade de um “aperfeiçoamento” da democracia, rumo a uma “democracia popular” tão ao gosto dos sistemas totalitários socialistas.
Agrava-se essa perspectiva quando se considera que a própria Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em seu documento nº 91, “Por uma reforma do Estado, com participação democrática”, endossa a criação de estruturas de participação popular, questiona a democracia representativa e propõe uma nova forma de viver a democracia, tudo em sintonia com o decreto presidencial 8243.

7. Reforma Agrária
Volta de novo ao debate a idéia de incrementar a Reforma Agrária, a velha utopia de esquerda, que ao longo de décadas tem debilitado o direito de propriedade, criando em milhões de hectares de nosso território verdadeiras “favelas rurais” ou unidades mais ou menos coletivizadas, as quais dependem, para sobreviver, das “esmolas” governamentais.
Alguns querem privilegiar a chamada “agricultura familiar” (um termo dúbio e habilmente manipulado) em detrimento do agronegócio, em franco progresso nos seus aspectos essenciais, de sorte a constituir hoje a coluna-mestra, e a salvaguarda honrada e forte da economia nacional.
Volta igualmente ao debate eleitoral o fantasma dos índices de produtividade rural. Reconhecidamente não existem, no Brasil, propriedades rurais particulares improdutivas. Aventar-se a revisão dos índices de produtividade só pode fazer crescer a insegurança jurídica no campo, com a consequente volta de invasões e do arbítrio.
Radicalizar o caminho agro-reformista – além de violar o direito de propriedade, consagrado em dois Mandamentos da Lei de Deus – gerará mais conflitos e injustiças no campo, contra aqueles que incansavelmente labutam pacificamente em toda a imensidão de nosso território. Tais propósitos só podem gerar susto e apreensão.

8. Reforma Urbana
Enquanto desordens de todo o tipo se têm propagado pelo Brasil, como uma erisipela, é fácil perceber que certos mecanismos de agitação e ação política passaram a assestar seu foco sobre os grandes conglomerados urbanos, para aí promoverem movimentos desestabilizadores.
A Reforma Urbana, quiçá ainda mais tempestuosamente esquerdista do que a Reforma Agrária, constitui mais um fantasma acabrunhador a perturbar as horas de trabalho, de lazer e de sono de todos quantos no Brasil possuem imóveis.
Salta aos olhos o contraste entre a ameaça que pesa sobre os cidadãos prestantes que habitam nosso solo urbano, ameaçados de sofrer uma sumária e despótica perseguição legal, e a impressionante liberdade de que gozam os agitadores camuflados pela demagógica qualificação de "sem-teto", recebidos por autoridades após praticarem seus atos ilegais de desrespeito à propriedade.
Ora, também aqui e acolá na disputa eleitoral parece entrever-se o desígnio da intervenção estatal urbana, sob o pretexto de desenvolver cidades saudáveis, democráticas e seguras. A ameaça à propriedade urbana e as tentativas de forçar despoticamente mudanças nos hábitos comportamentais dos cidadãos parecem entrar na mira de um próximo mandato presidencial.

9. Reservas indígenas e terras quilombolas
Os projetos políticos em pauta contemplam um incentivo à desastrosa – e muitas vezes ignominiosa – política indigenista.
Bafejada por uma corrente ideológica de clérigos e leigos, ligados à Teologia da Libertação, tal política indigenista é crítica da obra colonizadora dos portugueses bem como da influência civilizadora dos missionários, a exemplo da exercida por São José de Anchieta.
Em vez de estimular a mútua compreensão cristã, que consolide cada vez mais a unidade brasileira, o indigenismo suscita incompreensões, rivalidades e atritos, contrários à miscigenação e ao caráter cristão e cordato de nosso povo.
A política de demarcação de terras indígenas tornou-se indiscriminada, abusiva e baseada numa concepção hipertrofiada dos direitos dos índios. Alguns deles, tantas vezes manipulados por propagandas eficazes e por agitadores políticos ou religiosos, acabam por se engajar em invasões de terras e agressões à propriedade privada, gerando insegurança e fomentando rancores raciais tão alheios à índole do brasileiro.
Cabe ressaltar, que as leis e os projetos políticos em discussão nesta eleição, tão ciosos de impor índices de produtividade aos proprietários rurais, concedem aos índios áreas verdadeiramente latifundiárias, que permanecem inaproveitadas, não cumprindo a tão decantada função social.
Mas a continuação de uma política de demarcação de reservas indígenas parece apontar agora para uma nova perspectiva: a da autonomia de tais reservas. Seria assim reconhecida, aos vários grupos indígenas, uma como que soberania face ao Estado, o que de si caminha para o esfacelamento da unidade e da soberania nacionais.
Como não perceber que a perspectiva de, na prática, ver dilacerada nossa soberania, e atingida essa imensa unidade territorial de que sentimos orgulho, é de molde a agredir a ufania de ser brasileiro que de tantos modos se manifesta, até mesmo em eventos públicos de grande repercussão?
O que aqui fica dito sobre a política indigenista, poderia ser afirmado, de modo similar, a respeito da política de demarcação das terras quilombolas.

10. Aborto
Mais uma vez não há clareza, nem determinação nas propostas políticas de defesa da vida. A consagração da prática do aborto pela legislação – tema candente para milhões de brasileiros e, especificamente, para os católicos – é quase completamente silenciado nos debates eleitorais. Os eleitores podem recear que esse silêncio seja prenúncio, após as eleições, por parte das candidatas que agora lideram as pesquisas, de medidas e propostas que agridam o sentir comum de nossa população, e se choquem com os valores cristãos da grande maioria da mesma.

11. “Casamento” homossexual
Em rota de colisão com os sentimentos e convicções das sociedades constituídas sob o bafejo dos ensinamentos do Evangelho, os ativistas do movimento homossexual tentam consagrar socialmente a prática do homossexualismo, apesar de flagrantemente oposta à Lei natural e à moral revelada.
Segundo afirmam os líderes desses movimentos, está em curso, sobretudo nas sociedades ocidentais e cristãs, uma verdadeira revolução moral e religiosa, oposta ao próprio cristianismo. Ela se traduz, entre outras coisas, na legalização do chamado “casamento” homossexual.
Sendo o casamento reconhecido – ao longo da História e em todas as civilizações – como o vínculo permanente que une um homem e uma mulher, com o objetivo comum de gerar uma prole e constituir família, não tem sentido falar-se de “casamento” homossexual.
Não obstante, em nome dos plenos direitos da cidadania, levanta-se outra vez o tema da aprovação do “casamento” homossexual em nosso País, em afronta aos sentimentos e convicções cristãs da forte maioria da sociedade (8).

12. Criminalização da “homofobia”
Em sua auto-proclamada revolução moral e religiosa, os ativistas do movimento homossexual, utilizam o termo “homofobia” para tachar, de modo depreciativo, todos aqueles que se manifestam, com argumentos racionais, científicos ou religiosos, às práticas do homossexualismo.
Mas os militantes desta revolução vão mais longe e pretendem criminalizar todos os que se opõem a sua agenda, por exemplo em nome da Lei natural e dos Dez Mandamentos.
Assim, já tramita no País um projeto de criminalização da homofobia, o qual tem sofrido forte rechaço da sociedade. Mas o tema de novo vem à baila nesta campanha eleitoral. Quem não percebe que tal proposta abriria as portas para a perseguição de caráter religioso e para os chamados crimes de opinião?



13. A estranha omissão da CNBB
Face aos rumos para os quais aponta tal quadro eleitoral, é compreensível a perplexidade dos católicos – e de tantos outros que não o sendo reconhecem o papel fundamental da Igreja – ante a quase completa omissão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Era natural que esse organismo episcopal fizesse sentir a influência sobrenatural da Santa Igreja, pela pregação da verdade evangélica, para o bem espiritual, intelectual e moral daqueles que a ela se abrem. Mas, infelizmente, a CNBB vem relegando para segundo plano uma série de temas de primordial importância religiosa e moral no que diz respeito ao bem comum espiritual e temporal do Brasil; e vem tentando modelar a opinião pública a seu gosto em determinados problemas políticos e sócio-econômicos, em incursões em matéria especificamente temporal, revestidas, por vezes, de uma agressividade voltada para a agitação.

14.  O Brasil mediano, o Brasil sensato, o Brasil autêntico anseia por estabilidade e paz
É difícil governar um povo com base numa miragem! Ou seja, criando a ilusão da existência de um espírito progressista – ou esquerdista – nas camadas profundas da população, onde ele, na verdade, não existe. É igualmente difícil governar um povo cordato cortejando minorias muitas vezes radicais.
Se o mundo político não vencer a magia dos velhos mitos e insistir num reformismo festivo, rumo a um esquerdismo cada vez mais radical (baseado em vitórias eleitorais ilusórias), serão cada vez mais raros no público aqueles que os acompanharão.
Nesse caso, qualquer candidato que vier a ocupar o Palácio do Planalto dificilmente escapará ao vácuo terrível do qual o mundo político, já hoje, está custando a escapar.
*  *  *
A encruzilhada que o País vive neste momento, cabe em boa medida aos nossos homens públicos resolvê-la. Continuarão eles a deixar sem voz e sem vez uma grande maioria centrista e conservadora, não atuando como resolutos mandatários da mesma? Continuarão a privilegiar sentimentos progressistas ou esquerdistas fictícios?
Diante dos múltiplos fatores desestabilizadores que marcam nossa atual conjuntura, em que é contínuo o esforço de certas minorias para suscitar confrontos e dissensões sociais, ao estilo da velha luta de classes, o Brasil mediano, o Brasil sensato, o Brasil autêntico anseia por serenidade, por estabilidade e por paz.
Este Brasil que recusa aventuras e rupturas sócio-políticas, necessitaria de uma candidatura viável que soubesse vocalizar suas aspirações e se comprometesse
* a ser a alternativa clara e firme ao governo do PT;
* a fazer cessar as imensas máquinas de corrupção;
* a tornar a administração pública credível;
* a cicatrizar as chagas do jogo político-social do “nós contra eles”;
* a não introduzir qualquer legislação que venha a permitir o aborto;
* a não modificar a ordenação legal da família, mantendo o matrimônio como união estável entre homem e mulher;
* a não impor a educação estatal às crianças e a garantir o direito da família de educar seus filhos;
* a não aprovar programas e reformas educacionais que implantem a anti-natural “ideologia de gênero”;
* a fazer cessar as agitações e reformas que ameaçam a propriedade urbana;
* a fazer cessar as múltiplas ameaças contra a propriedade no campo e a dar estabilidade aos produtores rurais, verdadeiro esteio de nossa economia;
* a rever a chamada política indigenista e a repensar e reformular as demarcações de reservas indígenas e de terras quilombolas;
* a livrar a economia do dirigismo estatal, a favorecer a iniciativa privada, a diminuir a onerosa carga tributária.
*  *  *
Instituto Plinio Corrêa de Oliveira apresenta aqui estas reflexões, como contributo ao que está persuadido serem os mais altos interesses do Brasil e da civilização cristã na presente conjuntura, depositando seu esforço aos pés de Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira de nossa Nação.

São Paulo, 24 de setembro de 2014
Festa de Nossa Senhora das Mercês
Adolpho Lindenberg
Presidente do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira


========== Notas =========
(1) O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira (IPCO) não representa a Sagrada Hierarquia, não foi fundado por ela, nem por ela é dirigido. Nossa entidade foi fundada e é dirigida por leigos católicos que, inspirados nos ensinamentos da doutrina social tradicional da Igreja, visa tão só atuar no campo temporal, em favor da civilização cristã, sob a exclusiva responsabilidade de seus integrantes. Sem embargo, ela se sujeita, com filial obediência, à vigilância da Sagrada Hierarquia em tudo quanto diz respeito à Fé, à Moral e à disciplina eclesiástica (cfr. Código de Direito Canônico, cânones 212 §1, 215, 225 §2, 227).
(2) Sobre a indefinição de programas dos candidatos, o jornal “Valor”, de 16 de setembro, destacou que o PSB prepara a revisão de programa para 2º turno: “Com vistas a um provável segundo turno, a campanha da candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, já prepara mudanças no plano de governo, com um detalhamento maior de propostas” (PSB prepara a revisão de programa para 2º turno).
A candidata Marina Silva já havia realizado diversas erratas em relação ao programa entregue à Justiça Eleitoral.
A “Folha de S. Paulo”, por sua vez, destaca em editorial, do dia 19 de setembro, a respeito dos outros candidatos: “O senador [Aécio Neves] ainda promete finalizar seu programa de governo, mas até hoje, faltando 16 dias para a votação, não avançou além das diretrizes gerais que todo candidato deve, por lei, protocolar ao registrar sua postulação. (...)
“Desconfortável mesmo deveria estar a presidente Dilma Rousseff (PT), que teve atitude bastante distinta. Diante das divergências entre o que defende seu partido e o que pretende seu governo, a mandatária considerou oportuno suspender a divulgação de seu programa. (...)
“Ao eleitor, por óbvio, essa lógica mesquinha de nada serve. Como saber de que maneira Dilma planeja se comportar num eventual segundo mandato se nem aceita assumir compromissos formais?” (Descaso programático).
(3) A este respeito são elucidativas as palavras de Antonio Delfim Netto: “O evidente mau uso dos recursos dissipados na propaganda eleitoral `gratuita´ (paga pela sociedade desapercebida) que em lugar de educar o cidadão, deseduca-o em matérias cuja boa compreensão é fundamental para o voto consequente. Exacerba o voluntarismo como solução para nossos graves problemas” (Limite inferior, “Folha de S. Paulo”, 17 de setembro de 2014).
Carlos Heitor Cony ressalta igualmente o vazio da disputa eleitoral: “Finalmente, o clima eleitoral esquentou. Esquentou até demais. A entrada de Marina botou fogo numa disputa que ameaçava a tepidez (...). Mesmo assim, a disputa nem chega a ser política, mas quase esportiva, o eterno flá-flu, o maniqueísmo em sua forma radical. Dilma e Marina baixaram o nível da campanha” (Flá-flu eleitoral, “Folha de S. Paulo”, 16 de setembro de 2014).
(4) O “Estado de S. Paulo”, em Notas & Informações: “É cada vez menor o número dos que duvidam hoje da derrota de Dilma Rousseff nas urnas de outubro. Mas a probabilidade da vitória de Marina Silva poderá resultar em enorme decepção para quem acredita que o voto na ex-senadora é o melhor caminho para livrar o País do lulopetismo. Esta é a conclusão a que têm chegado, nos círculos políticos de Brasília, petistas e não petistas com algum acesso a Lula, a partir da análise de seu comportamento diante de um quadro eleitoral que era impensável pouco tempo atrás. (...)
“Lula, portanto, parou para pensar em si mesmo, entregar os anéis para salvar os dedos e se concentrar em 2018, quando ele próprio poderá tentar, com o prestígio popular que lhe tiver restado, uma volta triunfal ao Palácio do Planalto. E, pelo que dizem ser seus cálculos, a eleição de Marina Silva agora pode ser mais útil a esse objetivo do que a reeleição de Dilma. (...)
“A ser isso verdade, votar em Marina com a intenção de cravar uma bala de prata no coração do lulopetismo seria comprar gato por lebre” (As coisas podem não ser o que parecem, 7 de setembro de 2104).
(5) Em editorial, a revista “Isto É” aponta: “[Marina Silva] sem definir propostas ou detalhar planos, surfa na conveniência do discurso generalista que soa simpático às massas, mas que peca na consistência e no leque de alternativas concretas para colocar o País de volta aos trilhos” (O que é a `Nova Política´?, 3 de setembro de 2014).
Por seu turno, Renato Janine Ribeiro, afirma no jornal “Valor”: “Se a terceira candidata [Marina Silva] adquiriu, tão rapidamente, tantas intenções de voto, sobretudo entre os que eram indecisos, é mais pelo desencanto com os dois grandes partidos do que pelo conteúdo de suas propostas” (Quem ganhar perderá, 20, 21 e 22 de setembro de 2014).
(6) Tomamos aqui o termo "esquerdista" não apenas como um conjunto de reformas sócio-econômicas visando estabelecer, a prazo curto ou médio, a inteira igualdade entre os homens, mas também tudo quanto corrói, corrompe ou dissolve a moral cristã, fundamento da civilização ocidental. Todas as leis que favorecem o permissivismo omnímodo de nossos dias pode e deve ser tido como genuína expressão da mentalidade e da doutrina esquerdista (cfr. Plinio Corrêa de Oliveira, O descontentamento da direita e do centro, "Folha de S. Paulo", 21 de julho de 1978).
(7) Cfr. Comunicado do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, Importante passo rumo ao modelo venezuelano22 de junho de 2014.
(8) Não deixa de ser significativo deste rechaço o ocorrido quando da apresentação do programa de governo da candidata Marina Silva: “Pressionada pelo pastor evangélico Silas Malafaia, a chapa de Marina retirou o apoio à criminalização da homofobia e ao casamento gay do programa de governo apresentado 24 horas antes. Marina alegou que a inclusão do texto havia sido um equívoco de sua equipe, mas o estrago, sobretudo nas redes sociais, a essa altura já estava feito” (Marina sob fogo cerrado, Mariana Barros e Malu Gaspar, “Veja”, 10 de setembro de 2014).


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