sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Rumos indesejáveis - Por Maria Lucia Victor Barbosa (*)







O governo petista de Lula da Silva, que não entregará facilmente as "delícias do poder", está sempre pronto a demonstrar o descalabro de sua política internacional.


No momento assiste-se ao aprofundamento da "bananificação" do Brasil, cada vez mais convertido em republiqueta de Terceiro Mundo, com as conhecidas marcas esquerdistas e consequente atrelamento ao que há de pior no exterior.


Isto ficou evidente no recente encontro dos BRICS, em Fortaleza, quando o governo petista sagrou-se de novo campeão de tiro no próprio pé ou pela culatra, ao perder a presidência para a Índia do Novo Banco de Desenvolvimento criado pelo grupo. A China não abriu mão da sede da entidade ficar em Xangai e postos menos relevantes foram distribuídos ao Brasil, Rússia e África do Sul.


Foi criado também o "Arranjo Contingente de Reservas", uma espécie de FMI de segunda categoria para dar ajuda aos componentes do bloco. Tudo para funcionar nas calendas gregas.


Negócios da China foram feitos com a China pela governanta, mas, impressionante mesmo foram as conquistas do presidente Russo, Vladimir Putin.


Alvo de sanções econômicas pelos Estados Unidos e pela União Europeia, devido à anexação da Criméia e sua atuação no leste da Ucrânia, Putin recebeu apoio dos BRICS e adentrou-se com mais força na América Latina.


No Brasil, para usar de ironia, ele poderá anexar, por exemplo, o nordeste e se instalar nas paradisíacas e quentes praias nordestinas confortáveis 'dachas' a serem usufruídas pelos camaradas da elite branca russa, de olhos azuis. Algo muito melhor do que a gelada Sibéria.


Putin, o expansionista, não brinca em serviço, além de usar a cúpula dos BRICS para reduzir seu isolamento internacional aproximou-se da União das Nações Sul-Americanas (UNASUL), criada pelo falecido Chávez, e propôs integrá-la à União Econômica da Eurásia, que inclui, além da Rússia, países de sua "esfera de influência", como o Casaquistão e a Bielo-Rússia. Ele defendeu muitas outras ideias, como o aumento do peso político dos BRICS através de fóruns como contraponto a ONU, às políticas norte-americanas e de seus aliados.


Putin assinou vários acordos com a governanta e foi embora satisfeito com seu êxito.


Enquanto isso, a Guiné Equatorial deve ser integrada à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), apoiada pelo Brasil. O país africano é governado pelo ditador Teodoro Obiang, alvo de várias denúncias de violação de direitos humanos, tortura e censura. Isto, aliás, não é novidade, pois o Brasil tem se posicionado há quase 12 anos a favor dos piores ditadores.


A última do governo brasileiro foi continuar com sua atitude hostil a Israel e favorável ao grupo terrorista e radical islâmico, HAMAS. Não foram levados em conta os mais de 2.000 foguetes lançados diariamente sobre Israel, os túneis cavados em Gaza e que vão dar em escolas e hospitais israelenses, a não aceitação do Hamas em fazer uma trégua. É como se o governo petista achasse que, se alguém entrasse numa casa armado com uma faca para ferir mortalmente o morador armado com um revólver e esse dissesse: "Por favor, me mate, pois não vou me defender".


O governo Rousseff mandou o Itamaraty chamar o embaixador brasileiro em Tel Aviv, assim como puxou as orelhas do representante israelense em Brasília, pois considerou "desproporcional" o uso da força por Israel.


Isto nunca foi feito com relação a Cuba, a Venezuela, a Bolívia ou mesmo a Coreia do Norte, onde Lula abriu uma embaixada. Sobre a Criméia nem uma palavra foi dita e todo apoio ao camarada Putin. De fato o Brasil atesta o seu nanismo diplomático e irrelevância.


Marco Aurélio Garcia disse que o ataque a Israel é um genocídio contra os palestinos. Vejamos nossos dados que certamente o "Assessor Internacional" da Presidência desconhece:


Segundo matéria de Gil Alessi, (UOL, São Paulo, 27/05/2014), "conforme dados de 2012, neste ano nossa taxa de homicídio alcançou o patamar mais elevado, com 29 casos por 100 mil habitantes". "O índice considerado 'não epidêmico' pela Organização Mundial da Saúde é de 10 mortes por cada grupo de 100 mil habitantes".


"Só em 2012, foram 56.337 mortes, o maior número desde 1980". "O total supera o de vítimas no confronto da Chechênia que durou de 1994 a 1996".


Sem dúvida, é melhor o governo brasileiro se preocupar com essa situação do que meter o nariz onde não deve, pois não tem moral para isso.


Recorde-se que Israel, um pequeno país que brotou do deserto é hoje um dos mais desenvolvidos do mundo. De lá saem praticamente todos os Prêmios Nobel e o conjunto de invenções que fazem avançar a ciência, a tecnologia e a medicina para o bem da humanidade.


Quanto a nós, realmente, somos muito pequenos diante disso.


Estes são alguns de nossos indesejáveis rumos internacionais, orquestrados pelo PT. Outros péssimos caminhos, inclusive internos, ficam para um próximo artigo.



(*) Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.


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