sexta-feira, 23 de março de 2012

OS VOOS DAS VAREJEIRAS

Foto - do site

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Luiz Carlos Nogueira

nogueirablog@gmail.com





A varejeira, conforme a definição do Dicionário Caldas Aulete, trata-se de um substantivo feminino, ou seja, é uma “Espécie de mosca (Musca carnaria, Cochliomya macellaria), que emite forte zumbido ao voar, e costuma depositar seus ovos em tecidos de vertebrados ou em matéria orgânica em decomposição.”


Conforme a definição, esse é o sentido da vida das varejeiras (da espécie cochlilomyia hominivorax), ou existe outro, senão o de colocar seus ovos nas feridas dos vertebrados ou nas matérias orgânicas em decomposição? Embora se alimentem de frutas e néctar de flores, são perigosas para a saúde dos seres humanos e dos animais, porque provocam a miíase, doença decorrente das suas larvas, que podem, inclusive, ensejar a amputação de membros do corpo, porque as varejeiras põem os ovos em ferimentos abertos.


E vejam os leitores, que isso tem uma semelhança incrível com alguns políticos “porqueiras”, em suas esvoaçantes procuras de ministérios em Brasília-DF. E assim as “bicheiras” vão se formando e apodrecendo o corpo social do País.


O que se percebe com nitidez é que a preocupação desses acometidos de psicopatia, reduz apenas na conquista do poder pessoal, através da política suja do “toma lá dá cá”. São como o “menino dono da bola”, que escolhe quem vai jogar no seu time, e se alguém reclama e contesta, ele simplesmente leva a bola embora. E todos cedem às exigências do menino da bola.


Do lado das “varejeiras”: Ou você coloca meu “picareta” em tal ministério, ou nós não votaremos sua matéria! Obstruiremos...! Sairemos da sua base! Etc.etc.. Do lado do governo: Quem não votar a favor, não poderá contar com a liberação da verba para tal coisa! Etc. etc.


Pois é, estava certo John Stuart Mill, quando declarou no seu ensaio (Sobre a Liberdade, Publicações Europa-América, Lda., tradução de Isabel Sequeira, Portugal, Nov/1997) que seu objetivo era afirmar: “(...) um princípio muito simples, como legitimado a governar de um modo absoluto as transações da sociedade com o indivíduo em que existe obrigatoriedade e controle, quer os meios usados sejam a força física, sob a forma de penalidades, ou a coerção moral da opinião pública. O princípio é que a única finalidade que justifica que a humanidade interfira, individual ou coletivamente, na liberdade de ação de qualquer dos seus membros é a sua própria proteção”. Por conseguinte vale perguntar para esses políticos “varejeiras”, a quem essas suas ações visam proteger?


Karl Marx, destacado pensador das Ciências Sociais do século XIX, escreveu em seu livro Crítica da Filosofia do Direito de Hegel, que a história pode se apresentar diante de nós como tragédia ou como comédia. Na verdade é isso mesmo, porque o sistema de troca de favores é a mais cínica comédia de dissimulação, visto que quando uma falcatrua é descoberta, simplesmente se troca um ministro por outro, mas do mesmo partido (aliás, hoje nem dá mais para se falar em partido, porque todos vivem numa promiscuidade política maldita) ou base aliada. E assim os esquemas continuam existindo, às vezes mudando de roupa ou então com a mesma roupa suja e nojenta. Isso tudo é coisa tanto de capitalistas quanto de “comunistas”. O povo é que não presta atenção para esse jeito calhorro (sem confundirem com cachorro seria elogio, porque diz o ditado que: o cão é o melhor amigo do homem) e sem-vergonha no meio político, que pretende fazer pensar que democracia é liberdade sem limites.


Nas épocas mais antigas da história, dizia Stuart Mill: “Liberdade significava proteção contra a tirania dos governos políticos.”.


Veja também a matéria: Promiscuidade dos políticos e dos partidos políticos – “Misturou tudo pô..!”

Clicando neste link: http://politicospartidoseideologia.blogspot.com.br/2010/09/promiscuidade-dos-politicos-e-dos.html

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